Cópia de textos de autores renomados que ao longo da história se manifestaram sobre os franciscanos, a Igreja da Ordem Terceira e o Museu Sacro Franciscano.

SACRISTIA


Sua pintura no centro do teto é um dos pontos mais altos dessa arte no Rio de Janeiro colonial. Representa a visão de um Papa, recebendo, em cálice, sangue do seráfico padroeiro, que jorra do corpo, vindo do céu. É pintura rococó de excelente e vibrante fatura, rara no país. Dois painéis menores, do mesmo estilo, a ladeiam. Não podem ser de Manuel Dias de Oliveira, O Romano, inclusive devido à data do nascimento do artista fluminense, em 1764. Deviam estar prontas em 1775, quando documento da Ordem revela que a “Sacristia se achava de todo dourada e pintada e que na mesma forma o salão da ante-sacristia brevemente ficaria concluído”. Mandaram-se fazer, nesse momento, as sanefas que ainda estão no primeiro recinto. Nele encontram-se dez delas, sobre vãos e armários. 

Ocorre à esquerda outra preciosidade da Sacristia: o grande arcaz de 1780, por trás do qual há altar em cujo nicho central acham-se imagens de vulto com abraço de Cristo — bela escultura — em São Francisco de Assis. Ladeando a porta de passagem, para o fundo, dois nichos valorizam o ambiente. Um lavabo de mármore branco com as armas da Ordem está em vão aberto em parede lateral. Observe-se ao fundo dos já citados nichos, o belo trabalho sobre placa de ouro, com incisões a estilete e colorido suave, imitando tecidos recamados ou papel de parede. 

O conjunto de altos armários dessa Sacristia — bem como os do Consistório — merece elogio especial e foi recentemente destacado pelo historiador Robert C. Smith. Esse estudioso considerou a escola de marcenaria do Rio de Janeiro, no século XVIII (especialmente nos contadores e armários), a melhor do Brasil em “excelência e variedade das técnicas e na fantasia de suas formas”. Realça o uso das referidas peças no Brasil e em Portugal, embutidas em paredes, tendo atingido “a sua mais elaborada expressão nas sacristias de igrejas. Algumas das mais belas e originais delas foram produzidas no Brasil’. Durante muito tempo, até o segundo quarto do século XVIII, elas se caracterizaram pelo uso de painéis retilíneos numa dominante ornamental geométrica, bastante interessante.

O conhecido professor aponta como prova da longevidade desse estilo os nove armários embutidos, nascendo diretamente do solo, da sacristia da Penitência no Rio. Alguns deles atingindo a altura de 3,12m e outros a 3,23m, sendo os estreitos de 1,011m, de largura; sete possuem duas portas na seção superior, mas vários deles apresentam uma só na zona inferior. Dois armários laterais à porta de saída para o corredor que vai até o pátio estão sob nichos, só possuindo a parte inferior. A talha dessas peças em geral, diz o mesmo autor, difere dos exemplos mais antigos da sacristia de São Bento, no Rio, somente no maior refinamento e número das molduras dos painéis almofadados, característicos das portas e gavetas deste novo período e também “pela ligeira curvatura do alto da molduragem ou cornija”. Alguns deles apresentam os topos em ligeira projeção curva “da espécie que ficou em uso na arquitetura brasileira dos anos 1730, enquanto outros apresentam sanefas, parcialmente douradas, de estilo rococó, que parecem pertencer à década 80”. Todos esses armários, observa, possuem suas placas de chaves originais, de bronze dourado vazado “constituindo painéis estreitos compostos de volutas e pontas encimado pela Cruz da Ordem de Cristo”, “um bem conhecido desenho lisboeta do início do século XVIII”. Para Robert Smith, no citado artigo, esses móveis da Penitência teriam sido provavelmente feitos em 1732-1739, época dos trabalhos da nave. Na realidade parecem ser posteriores, ainda do século XVIII, devido ao refazimento total da sacristia a que nos referiremos no capítulo sobre a História da Construção. 

 

  • FONTE: BARATA,Mário.Igreja da Ordem 3ª da Penitência do Rio de Janeiro:Agir,1975.

Ao lado esquerdo da Igreja acha-se a Sacristia, cuja obra teve começo em 1746. É uma vasta sala, de 69 palmos de comprido e 28 1/2 de largo, com janelas rasgadas para o lado da Rua da Carioca. Ao fundo, lado da dita rua, existem 2 salas para os Mezarios e Sacristães, e casa para morada do Sacristão efetivo. Na Sacristia, cujo teto é ornado com grandes retabulos, existem 3 altares, sendo notáveis no lateral uma perfeita Imagem do Senhor Crucificado, e outra de S. Francisco de Assis. Ha ali também um grande Arcaz de jacarandá, peça importante, onde se depositou os ricos paramentos da Ordem. 

Sobre a Sacristia acha-se colocado o Consistório, onde se celebram as sessões de Mesa, tendo igualmente um Altar com as Imagens do Senhor Crucificado e de S. Francisco. O Consistório, com tribunas para a Igreja, dá também entrada para o Coro. Tem 61 palmos de comprido e 29 de largo. 

Na antessacristia existem doas retratos, a óleo, em ponto grande, dos Benfeitores Revd. Dr. Francisco da Mona e Ignacio da Silva Medella, mandados fazer em 1868, por proposta do Irmão Secretario Antonio Ernesto Rangel da Costa, unanimemente aprovada pela Mesa de 30 de Janeiro do dito ano, como sinal da gratidão que tributa a Ordem a estes generosos e beneméritos Benfeitores.

Existe mais ali um painel de merecimento, representando um Pontífice no ato de beijar o pé a S. Francisco.

Por baixo da Sacristia, no antigo deposito de ossos, construiu-se a casa forte de abobada, na qual se guarda parte do acervo técnico. 

 

  • Fonte: Venerável Ordem Terceira da Penitência – Resumo Histórico/ Tombo Geral. 1881

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