A Administração da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência instituiu a cerimônia da Procissão denominada de “CINZAS”, em 1647.

Dois anos depois, a administração da Ordem resolveu que se fizesse ao Reino de Portugal, pelo primeiro navio que para lá seguisse, a encomenda das alfaias e demais paramentos necessários à Procissão.

O imponente prestito religioso, depois de 03 dias de desenfreado entrudo, descia lentamente a ladeira de Santo Antônio anunciando aos fiéis a época da Quaresma e da Penitência.

Esse cortejo religioso, que se compunha de 20 andores, teve as suas saídas regulares desde o ano de 1650 até ao ano de 1798, quando foi forçado a se dispersar, atingido por violento temporal, que imprevistamente desabou sobre a cidade.

Os andores foram recolhidos as Igrejas da Cruz dos Militares e Candelária e a Relíquia do Santo Lenho e o Pállio ao oratório particular de Dona Joanna Maria, a Rua dos Pescadores.

A reorganização da primitiva Procissão foi feita em 1800, pelo Irmão Ministro Manoel José da Costa Rego.

Entre os seus andores que eram 10, um impressionava particularmente, o majestoso – “Impressão das Chagas”, – cuja ponteira da cruz passava acima dos primeiros andares das casas; tão alto que, até a porta do templo, era arrastado por meio de roldanas e depois carregado aos ombros de 12 Irmãos, que faziam questão de ter a honra de conduzir o andor da Ordem, havendo todos os anos muitos empenhos e oferecimentos de avultadas espórtulas.

Era do programa ninguém fraquejar, e todos caprichavam em, depois de grande percurso pelas Ruas da cidade, levar São Francisco ao mesmo lugar de onde o tinham trazido.

Apesar dos acolchoados e das forquilhas para descansar os ombros, os hercúleos condutores mostravam com orgulho, no dia seguinte, os ombros echymosados, sujeitando-se por algum tempo as aplicações de vinagre e arnica.