Cópia de textos de autores renomados que ao longo da história se manifestaram sobre os franciscanos, a Igreja da Ordem Terceira e o Museu Sacro Franciscano.

A primitiva capela da Ordem foi iniciada em 1619, em terreno doado expressamente para esse fim pelos religiosos do Convento de Santo Antônio. A inauguração três anos depois, a 17 de setembro de 1622, aconteceu na Festa da Impressão das Chagas. Esta capela, Nossa Senhora da Conceição, fica situada ao lado da Igreja de Santo Antônio da qual está separada por uma grade de ferro fundida em 1732 pelo irmão serralheiro Manuel. Em 26 de maio de 1812 falecendo nesta cidade, de varíola, o príncipe D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, genro e sobrinho do príncipe regente, com cuja filha, Dª Maria Teresa, era casada, mandou o sogro que se construísse na Capela da Conceição um mausoléu de mármore branco para guardar os despojos do seu pranteado parente. A Ordem Régia enviada pelo Meio do Rio Seco em 1816 cumpriu-se na íntegra, inaugurando-se em 25 de março de 1817 o imponente túmulo de três metros de altura — projeto do arquiteto real José da Costa — que ainda se conserva no mesmo local em que se erigiu.

Somente em 1657 começou a edificação da atual Igreja, terreno comprado aos frades em 1653 e que, mais tarde, legalizou-se como se tivesse sido produto de doação em virtude da venda que gravava as propriedades dos Religiosos.

Estas obras, como acontece em construções dessa natureza, arrastaram-se por muitos anos, e parece terem ficado prontas  para utilização em 1772. Trabalharam na ornamentação da capela-mor e das demais dependências os artistas Caetano da Costa Coelho, dourador; Francisco Xavier escultor, e José Oliveira da Rosa, pintor. A pintura da Capela-mor representa a Assunção da Virgem e a do corpo, a Glorificação de São Francisco de Assis.

A Capela do Sacramento, inaugurada em 1757, teve seus trabalhos de talha e douramento a cargo dos artistas Antônio e Castro e Antônio da Cunha Pereira.

Em 1895, Thomaz Driendl encarregou-se dos serviços de restauração das obras de talha dourada, o que executou com grande apuro técnico.

O templo da Ordem é, com bastante razão, considerado como a segunda obra do Brasil em trabalhos de talha dourada, só igualado, em parte, pela igreja de São Francisco de Assis, da cidade do Salvador.

Na sala que dá acesso à Sacristia encontram-se dois grandes quadros a óleo — D. Pedro II e Dª Teresa Cristina — da autoria do pintor Agostinho José da Mota.

A Sacristia, construída em 1747, teve a pintura do teto executada em 1776, pelo pintor Manuel Dias de Oliveira Brasiliense, conhecido também por “Romano”, natural da Vila de Macacu, no Estado do Rio de Janeiro.

FONTE: Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência -Notícia Histórica/350 anos.

Igreja

(acontecimentos durante sua edificação)


Muito depois de concluída a mencionada Capela, querendo os Religiosos Franciscanos auxiliar a nossa Ordem, venderam a esta em Janeiro de 1653, mediante a esmola de 50$000 para o Convento, os terrenos do morro fronteiro a Carioca, seguindo a direção da dita Capela, com águas vertentes para o largo, e para a Rua do Piolho, hoje da Carioca, a fim de edificar-se a nova Igreja, suas dependências e Hospital.

Presume-se que estes terrenos chegavam até a antiga rua do Parto, hoje de S. José, visto que parte do chão da ultima casa dessa rua n. 121, é foreira a Ordem, sendo tradicional que o terreno da casa contigua, onde está o corpo da guarda, e bem assim o do chafariz e parte do Largo da Carioca, também pertenceram á Ordem, tendo sido, sem duvida, tomados pelo Governo para logradouro publico quando, aproximadamente em 1750, ali se edificou o primeiro chafariz, que mais tarde foi substituído pelo que atualmente existe.

Conhecendo-se, depois, de muitos anos, que os Religiosos nada podiam vender, foi aquela transação legalizada não como venda, mas como doação que o Convento fazia á Ordem Terceira da Penitencia, como consta da escritura publica de 18 de Março de 1741.

No dito ano de 1653, depois de efetuada a referida compra, principiaram-se as obras da Igreja que perseguirão muito vagarosamente, pois vemos que em 1701 apenas havia pronta a Capela Mór, tendo-se pedido permissão ao Revm. Provincial para ali se colocar um Púlpito volante, podendo depreender-se que alguns atos religiosos ali se praticaram então.

Em 20 de Agosto de 1715, lançou-se a primeira pedra para alicerce do grande paredão que circunda a Igreja, não se sabendo em quantos anos se concluiu, constando, porém, que na sua construção, gastaram-se cerca de sessenta mil cruzados (24:000$000.)

Tendo-se arruinado a parede do lado esquerdo da Igreja, foi reconstruída pelo mestre Paulo Ribeiro em 1714, pagando-se 5$000 por braça quadrada de parede.

Em 1716 interromperam-se todas as obras por muitos anos, por estarem em desarmonia as Administrações da Ordem com os Religiosos do Convento, cujas questões e suas minuciosidades nada têm que ver com este trabalho. Devemos, porém, dizer que chegaram elas a tal ponto que em 5 de Agosto de 1720 , sendo Ministro o Irmão Francisco de Seixas da Fonseca, a Administração, deixando a Capela e obras, e conduzindo Imagens e alfaias, foi estabelecer-se no Hospício, que o referido Ministro tinha mandado edificar na rua do mesmo nome , em terrenos que a Ordem comprara em 6 de Dezembro de 1719 a João Machado Pereira, por três mil cruzados.

Ali, autorizada por Alvará Régio de 12 de Março do dito ano, continuaram a celebrar-se as festividades e as eleições (apesar das que outros fizeram no Convento em 1720 a 1724), até que por ordem Regia de 25 de Maio de 1725 se ordenou que os Religiosos não se intrometessem nas temporalidades que pertenciam á Ordem , e que os Irmãos desta voltassem a tomar conta da Capela, junto ao Convento, o que se efetuou em 4 de Setembro do mesmo ano , fazendo-se em seguida nova eleição em 17 do dito mês, sendo eleito Ministro o Padre Bartholomeu da França.

A perfeita harmonia, porém, entre a Ordem e os Religiosos, só se restabeleceu em 1732.

O Hospício fora cedido em Janeiro de 1729 á Irmandade de Nossa Senhora da Conceição dos Homens Pardos, por 3:16$000, e pertence hoje á Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora da Conceição e Boa-Morte. Para se fazer ideia dos apuros em que se viu a Ordem, durante o tempo a que acima nos referimos, basta dizer-se que a sua Receita em 1721 foi de 357$110 ; em 1722, 604$560, entrando 100$ de legado e 300$ de testamentaria ; em 1723, 632$140, entrando 400$ de legado, aumentando dali em diante , segundo se vê do Livro de Receita , de 1721 a 1761. As Administrações se viram na necessidade de se cotizar para acudirem ás despesas urgentes da Ordem!

É verdade que o legado do Benfeitor Revd. Dr. Francisco da Motta veio mudar o estado precário da Ordem, mas só muitos anos depois é que ela pôde tirar resultado de tão avultada deixa, pela dificuldade de satisfazer os encargos que lhe ficaram, e a reedificarão do Trapiche e da Capela, para o que foi necessário contrair grandes empenhos pelo credito de seus Administradores.

Serenados, pois, os ânimos, prosseguirão as obras da Igreja, fazendo-se contrato em 12 de Novembro de 1732 com Caetano da Costa Coelho para pintura da Capella-Mór e corpo da Igreja, e também para douramento da dita Capella-Mór, pelo que recebeu 6:100$000, em 27 de Janeiro de 1737.

Em 13 de Março de 1733 continuaram-se as paredes dos vãos dos altares e das tribunas á razão de 7$ a braça, pagos ao mestre pedreiro Antonio João de Oliveira. Em 1740 achava-se concluída a abra de talha da Igreja menos a dos altares.

Por vezes se remeteram diversas quantias para Lisboa, a fim de comprar-se ouro e materiais para a Igreja, e alguns objetos para a Procissão de Cinza.

Pela Resolução de 8 de Novembro de 1740, deliberou-se que o douramento da Igreja fosse feito sob a direção da Mesa, e que para não aumentar a despesa da Ordem, se abrissem subscrições entre os Irmãos, ficando isentos de servir o cargo de Sacristão e aptos para os outros cargos, os Irmãos que concorressem com 50$000 de esmola, pelo que contribuíram muitos com a dita quantia.

É de se crer que a Igreja ficasse quase pronta por ocasião de principiar-se a obra do Hospital, em 1748, apesar de que no seu frontispício acham-se as datas 1619, que é a da instalação da Ordem, e 1758 que parece ser a da conclusão do Edifício, ao menos no seu exterior.

O Irmão Ministro Jubilado Comendador Manoel José Gonçalves Machado Junior, diz no seu Relatório de 1861, que a Igreja ficou de todo concluída em 1772. O mesmo dizem os Srs. Dr. Moreira de Azevedo no seu Pequeno Panorama, e Dr. Mello Moraes na sua Chorographia Brasileira.

Não nos foi possível conhecer a importância do seu custo, por faltarem para isso os dados precisos; o que, porém se pode afirmar é que a sua ornamentação presidiram o gosto, a perfeição e a riqueza, pois que passado quase século e meio ainda nela se admiram as belas obras de talha, e douramento, e as magníficas pinturas que representam a vida do glorioso Patriarca, e que, segundo o Sr. Dr. Moreira de Azevedo, foram feitas pelo artista nacional José de Oliveira. No chão da Capela-Mór, vê-se ainda o grande carneiro onde se sepultavam os Irmãos Ministros que faleciam no exercício do cargo. Além do altar-mor, com as Imagens da Impressão das Chagas, a de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira da Ordem, tendo aos lados Santa Rosa de Viterbo, Padroeira do Noviciado, e Santa Izabel, existem mais seis altares laterais com Santa Maria Magdalena, S. Roque, S. Ivo, Nossa Senhora das Dores, S. Gonçalo d’Amarante e S. Vicente Ferrer.

Não tem a Igreja torres nem sinos, porque a isto sempre se opuseram os Religiosos, mas a Ordem impetrando da Santa Sé, em 1799, a concessão de ter Sacrário na Capela do Hospital, pediu também a permissão de ter os sinos, o que lhe foi concedido em 1805. Os Religiosos, porém, combinaram com a Administração que cederiam os sinos da sua Igreja para todos os atos da Ordem, obrigando-se esta a fazer nos sinos os concertos necessários.

A Igreja pertence á Repartição do Síndico, cujo cargo é na atualidade exercido pelo Irmão Comendador José da Silva e Souza.

Em 1851, os Religiosos cederam mais 30 palmos de terreno no fundo da Igreja, pelo que a Ordem lhes fez donativo de 1:000$000. Tinham também cedido em 1743, 30 palmos e mais 10 em 1749.

Mede a Igreja 122 palmos de comprido, 22 de largo na Capela-Mór, e 36 1/2 no corpo da Igreja. No exterior tem a frente 117 palmos de largura.

Fonte: Venerável Ordem Terceira da Penitência – Resumo Histórico/ Tombo Geral. 1881

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